sábado, 4 de dezembro de 2010

Vivências em empreendedorismo




Se antes os diplomas, juntamente aos conhecimentos técnicos, garantiam uma boa posição no mercado de trabalho, hoje vivemos uma realidade um pouco diferente. Atualmente, as empresas analisam não somente a capacidade técnica de um profissional, mas especial interesse pelas competências emocionais, comportamentais e, especialmente, pelas atitudes estratégicas e visionárias dos profissionais.

Ter visão de futuro é algo possível de ser construído. Muitos empreendedores, por exemplo, não nasceram, necessariamente, com essa vocação. A vontade de ter o próprio negócio e expandir o empreendimento é algo criado no ser humano por meio do desejo adquirido, além das motivações educacionais e profissionais desenvolvidos ao longo da vida.

É nesse contexto que se dá a importância de investir no lado empreendedor do jovem como alternativa de negócio para o futuro ou mesmo para o gerenciamento de situações adversas. Essa responsabilidade não é somente das universidades ao prepará-los para o mercado profissional. É preciso entender que desenvolver o lado visionário dos jovens é importante desde a formação básica. Sabemos que várias instituições de ensino possuem essa preocupação e desenvolvem programas específicos para criar nos jovens atitudes empreendedoras. 
Entre as escolas que promovem essa visão, algumas fazem com que eles vivenciem a experiência na prática, por meio de acompanhamento do trabalho e também de empresas juniores. Neste caso, os alunos passam por uma experiência de empreendedorismo com a criação de uma empresa real com a estrutura necessária e os cargos definidos. Além de fazer com que os adolescentes despertem interesse pelo futuro profissional, esses projetos reservam a eles um aprendizado que levarão para toda a vida, como base para desenvolver novas competências. 

A boa notícia é que os jovens brasileiros estão cada vez mais interessados pelo assunto e tentam colocar em prática o desejo de ser o seu próprio chefe, como mostra a pesquisa "Global Entrepreneurship Monitor" de 2008. Nos últimos oito anos, o número de empreendedores até os 24 anos aumentou em quase 12% no Brasil, país que está na lista dos que mais possuem índices de empreendedorismo jovial. Segundo o levantamento feito pela GEM, 25% dos empresários no país têm idade entre 18 e 24 anos. E a grande novidade é que apenas 32% deles abriram o próprio negócio por necessidade financeira, os outros 68% o fizeram por oportunidade. 

Esses dados comprovam que não existe idade para o empreendedorismo, porém há algumas características a serem consideradas antes de abrir o próprio negócio. Empreender significa ter paciência, responsabilidade, pensamento estratégico e força de vontade para enfrentar desafios; habilidades que, talvez, pela pouca experiência, muitos jovens ainda não possuam. 

É nesse ponto que entra o papel das instituições de ensino. É necessário oportunizar às crianças, e principalmente aos adolescentes, mais que conhecimentos técnicos e didáticos. É preciso proporcionar melhoria nas competências emocionais e também comportamentais. Para isso, uma das maneiras mais simples é a atividade em grupo, bem trabalhada pelo educador, de maneira que os jovens possam interagir com os demais colegas, desenvolver estratégias para divisão de tarefas e criar responsabilidade pela entrega de um bom projeto. 

Cabe às escolas e aos educadores, juntamente às famílias, compreenderem que possuem papéis fundamentais na preparação dos estudantes no envolvimento em projetos assertivos. Desse modo, construirão não só competências intelectuais, mas a prática e a disposição para lidar com situações de crise, de interação e responsabilidade, destacando-se no mercado profissional e na condução da vida como um todo. 

ESPECIAL PARA A FOLHA - DOROTÉIA LEINDORF BARTZ (Coordenadora do ensino médio do colégio Humboldt)

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